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Pesquisadores identificam gene que pode ajudar a orientar o tratamento de crianças com câncer cerebral

Press release

Setembro de 2021


Instituições participantes:

Laboratório de Câncer e Neurobiologia, Centro de Pesquisa Experimental, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, RS

Departamento de Farmacologia, Instituto de Ciências Básicas da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS

Instituto do Câncer Infantil, Porto Alegre, RS

Epigenica Biosciences Ltda., Canoas, RS


Nível de expressão de um gene de regulação epigenética parece indicar as chances de sucesso clínico em pacientes com o tipo mais comum de tumor cerebral que aflige crianças e adolescentes


Uma equipe de cientistas que atuam no Laboratório de Câncer e Neurobiologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), no Centro de Pesquisa do Instituto do Câncer Infantil (ICI) e na empresa startup gaúcha de biotecnologia Epigenica Biosciences, publicaram, em um preprint internacional, resultados de pesquisa que indicam que, no principal tipo de tumor cerebral que atinge crianças, os níveis de um gene específico podem ajudar a prever as chances de sobrevivência a longo prazo dos pacientes.


O câncer é a causa mais comum de morte por doença em crianças. Entre os tipos de câncer que afligem crianças, os tumores cerebrais estão entre os mais frequentes e malignos. O principal tipo de câncer cerebral maligno em crianças se chama meduloblastoma, o qual é atualmente classificado em quatro diferentes subtipos biológicos, de acordo com características moleculares.


Em diferentes tipos de câncer, o material genético, o DNA, está organizado em uma estrutura mais rígida, o que mantém as características de malignidade. Isso acontece porque o câncer tem uma programação anormal, em termos de epigenética, que é o conjunto de mecanismos biológicos que regulam a estrutura do DNA e a expressão de genes. Vários compostos farmacológicos experimentais com ação epigenética têm sido desenvolvidos e investigados, em tentativas de reverter a programação biológica anormal dos tumores, e com isso auxiliar o tratamento clínico.   


Analisando genomas de cerca de 760 tumores, que consistiam de amostras de meduloblastoma retirados cirurgicamente de pacientes e para os quais há detalhamento genético e clínico depositado em bancos de dados, a Dra. Barbara Kunzler, que fez sua formação de doutorado e pós-doutorado na UFRGS e no HCPA, hoje atuando como co-fundadora e CEO da Epigenica Biosciences, além de já ter atuado como pesquisadora do ICI, descobriu que, em pacientes com meduloblastoma do subtipo chamado SHH,, a alta expressão do gene G9a, que codifica uma enzima de regulação epigenética, está associada a um menor tempo mediano de sobrevivência, enquanto pacientes com tumores que apresentam níveis reduzidos do gene G9a tem maior probabilidade de cura ou sobrevivência de longo prazo. Essa descoberta indica, pela primeira vez, que o gene G9a pode ser um novo biomarcador que pode auxiliar na determinação do prognóstico clínico de pacientes com meduloblastoma, o que pode ver a auxiliar na tomada de decisão sobre estratégias de tratamento.


Além disso, quando meduloblastoma foi cultivado in vitro (em placas de culturas de células) nos laboratórios da equipe, e tratado com um composto químico que inibe a enzima G9a, isso reduziu a capacidade de sobrevivência das células tumorais. Esse achado fornece uma evidência preliminar de que inibidores da enzima G9a podem contribuir como novos agentes antitumorais em meduloblastoma, possivelmente por alterações na programação epigenética das células.


O orientador do trabalho de pesquisa, Dr. Rafael Roesler, professor de farmacologia na UFRGS e atualmente ocupando a função de Diretor Científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS), ressalta os avanços possíveis pela combinação de análises in sílico (computacionais), baseadas na aplicação de ferramentas de bioinformática para investigar genomas de conjuntos de tumores, com experimentos realizados na bancada do laboratório em células tumorais cultivadas. A Coordenadora de Pesquisa Celular e Molecular do ICI, Dra. Mariane Jaeger, e o Diretor Científico do ICI, Dr. André Brunetto, enfatizam a importância do apoio da comunidade e de programas públicos de renúncia fiscal, que permitem que a instituição apoie e exerça diretamente atividades de pesquisa biológica avançada em câncer infantil.

 

Apoio financeiro, econômico, científico e administrativo a essa pesquisa foi proporcionado por ICI, FAPERGS, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), e Epigenica Biosciences.



Sobre a Epigenica Biosciences


A Epigenica Biosciences é uma empresa de base tecnológica com foco em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, que busca soluções para o diagnóstico e tratamento do câncer e outras doenças crônicas. A empresa desenvolve uma plataforma que combina o mapeamento do epigenoma com inteligência artificial para ajudar os pacientes a tomarem decisões mais assertivas sobre sua saúde. A natureza dinâmica e reversível das modificações epigenéticas tornam o mapeamento do epigenoma, oferecido pela empresa, um serviço ideal para monitorar a saúde dos pacientes e suas intervenções no estilo de vida. Além disso, a Epigenica explora diversas plataformas de descoberta computacional de novos alvos terapêuticos para o desenvolvimento de novos produtos biofarmacêuticos. Dentro do seu portfólio de candidatos a produtos de oncologia inclui o desenvolvimento da terapia baseada em pequenas moléculas para a inibição da atividade da enzima epigenética G9a.  A CEO, Dra. Bárbara kunzler, tem ampla experiência na área de P&D e estabeleceu um conjunto de relacionamentos com diversos colaboradores acadêmicos globais como Hospital de Clínicas de Porto Alegre (UFRGS), National Cancer Institute (NCI – NIH, USA) and University of Central of Lancashire (Brain Tumour North West Consortium, UClan, UK).



A publicação (em formato de preprint) está disponível para acesso público no site


Artigo científico (preprint): Souza, B.K.; Freire, N.H.; Jaeger, M.; de Farias, C.B.; Brunetto, A.L.; Brunetto, A.T.; Roesler, R. EHMT2/G9a as an Epigenetic Target in Pediatric and Adult Brain Tumors. Preprints 2021, 2021080335 (doi: 10.20944/preprints202108.0335.v1). 


O artigo também está submetido para publicação em periódico científico internacional, após revisão por pares.


Endereços eletrônicos das instituições participantes:

Epigenica Biosciences https://epigenica.com.br/


Contatos para mais informações:

Dra. Barbara Kunzler Souza: barbara@epigenica.com.br

Dra. Mariane Jaeger: labpesquisa1@ici.ong

Dr. André Brunetto: andrebrunetto@ici.ong

Dr. Rafael Roesler: rafaelroesler@hcpa.edu.br


Press release escrito por Rafael Roesler e Bárbara Kunzler.

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